terça-feira, 12 de abril de 2005

Presenças insistentes

No filme Lutero (veja também aqui se quiser saber mais), o monge reformador, aparece em algumas cenas, em desesperadas discussões com o demônio. São como surtos esquizofrênicos: assolado pelo peso da culpa criada seus pecados, culpa que ele não consegue expiar até que descobre o mistério da graça de Deus, Lutero grita, se exaspera, manda o diabo embora, suplicando que lhe deixe em paz, ainda que ninguém esteja na sala. Lutero age impecavelmente conforme sugerido pelo apóstolo Tiago: "... mas resisti ao diabo, e ele fugirá de voz." (Tiago 4:7).

Aqui assola também o dono da voz presenças que se recusam a ir embora, como as culpas de Lutero. Presenças incômodas, que se fazem sentir a todo momento, e não se desvanecem com gritos. Elas estão aqui, embora o dono da voz esteja sozinho agora. Cerca-o por todos os lados, pesa sobre os seus ombros, mas não se pode vê-la.

Não há, por enquanto, a graça para redimi-lo deste triste estado. É preciso fazer como Lutero, abandonar a sua vida e procurar as respostas em outro lugar. Lutero foi para Wittenberg, beber cerveja e estudar teologia, ou vice-versa. Para onde irá o dono da voz?

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