segunda-feira, 30 de maio de 2005

Essa coisa que eu carrego

Tucupi, tacacá, tambaqui, taperebá, carapanãs, jaraqui, matrinchã e outras coisas que têm nome de oxítona, como resumiu bem um grande amigo, acompanharam-nos nesses dias. As oxítonas e qualquer outra coisa que foi até o Amazonas e de lá voltou, grudada no dono da voz, aninhada no peito, que não sei bem o que é.

Eu mesma sentia que a coisa corria na garganta comigo, escorregando junto com os sons da fala. De vez em quando era uma tristeza, mais para saudade daquilo que foi e não é mais; às vezes era só um desalento, uma sensação de perdimento no mundo, mas quase sempre era o desespero de não saber como continuar a história da vida.

sábado, 7 de maio de 2005

Missão entre os índios

Estaremos ausentes, a voz e o dono, por um breve período, durante a "missão entre os índios". Quando pudermos, mandamos notícias. Quem sabe alguma coisa em nhengatu ou tupi guarani. De qualquer form, aguardem, que esperamos dizer algo do coração da floresta.

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Travessia

Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

(Letra de Fernando Brant, música de Milton Nascimento)