quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Retomadas

É até meio ridículo constatar que, tão pouco tempo depois, ele anda por aí como se nunca tivesse experimentado dias angustiantes como viveu há poucos meses atrás. Não faz muito ele mal sabia como fazer para enfrentar o dia que começava na manhã seguinte, tinha desaprendido a viver por si só. Agora é como se a vida toda nunca tivesse deixado o controle das suas próprias mãos: como se ainda fosse um moleque, anda cheio de projetos e perspectivas, muito mais para ser feito do que cabe na sua existência. Lembremo-nos de que o seu tempo neste mundo já não é mais inteiro, porque pelo menos um quarto da vida ele já viveu.

Como alma nem grande, mas longe de ser pequena, ele agora já sabe que tudo valeu. Se não do jeito que ele queria, pelo menos para aprender que tudo passa, a vida vem mesmo em ondas como o mar. De vez em quando o mar arrasa com a praia --- foi vida demais. Outras vezes, a maré baixa e a vida não chega para livrar a areia do calor do sol. Mas quem duvida que o mar está lá?

Portanto, meus caros, quando o dono desta voz que lhes fala ficar tão atarefado que não me deixar trazer notícias, não pensem que nunca mais a voz falará. Eu também venho em ondas, como o som.

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